terça-feira, 29 de março de 2011
Visita à Penitenciária Estadual de Santa Maria: Jardineiros de Vidas Humanas
segunda-feira, 28 de março de 2011
"Os Limites do Direito Penal" - Paulo César Busato e Sandro Montes Huapaya (Turma de Dto Penal I)
Segue, abaixo, link para download do Capítulo "Os Limites do Direito Penal" (BUSATO, Paulo César; HUAPAYA, Sandro Montes. Introdução ao Direito Penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2007. pp. 119-169).
Para quem não quiser ler no computador, ou imprimir, este texto está na minha pasta, de Penal I, no Xerox.
Link: http://www.4shared.com/document/R2T9p-_B/Os_limites_do_Direito_Penal.html
Abraços,
BM
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Location:R. Venâncio Aires,Santa Maria,Brasil
Lançamento de Grupo de Estudos e Projeto de Extensão na FADISMA
Neste final de semana foi protocolado junto à Gerência de Projetos da FADISMA os projetos referentes ao Grupo de Estudos e ao Projeto de Extensão.
Abaixo constam as informações necessárias para a inscrição.
Aguardo suas inscrições,
Bruno
GRUPO DE ESTUDOS "BOTEQUIM CRIMINOLÓGICO"
Vagas - 10
Encontros: Primeiras e terceiras quartas-feiras do mês,
Início: 20/04
Inscrições: 28/03 à 1º/04
Seleção: Histórico (pode ser impresso do portal) + Resenha crítica do texto de Louk Hulsman, disponível no site: http://www.itecrs.org/artigos/criminologia/2.pdf
Pré-requisitos: Ter sido aprovado em Direito Penal III
PROJETO DE EXTENSÃO "LABORATÓRIO DE EXECUÇÃO PENAL"
Vagas - 4
Encontros: Segundas e quartas quartas-feiras do mês,
Início: 13/04
Inscrições: 28/03 à 1º/04
Seleção: Histórico (pode ser impresso do portal) + Solução jurídica para o caso: "Na Comarca de Gramado, A.B.C. foi preso em flagrante no dia 27 de março de 2011, por estar, supostamente, portando 13 pedras de crack, embaladas individualmente, de modo a caracterizar o tráfico ilícito de drogas. Lavrado o auto de prisão em flagrante, o magistrado da 1ª Vara Criminal homologou o flagrante, convertendo, de ofício, a prisão em flagrante em preventiva, porque o crime tinha gravidade que justificava a segregação cautelar. Disse ainda que não se admitia liberdade provisória por ser crime equiparado a hediondo".
Pré-requisitos: Ter sido aprovado em Processo Penal II
Exigências: Ter disponibilidade de tempo para ir ao Fórum, Presídio, Penitenciária, Case
sábado, 26 de março de 2011
A resistência - Marcelo Rubens Paiva - Estadão - 25.03.2011
Neste ano, faz 40 anos da prisão e morte do meu pai, no porão do I Exército do RJ.
A Secretaria dos Direitos Humanos me procurou no ano passado, para perguntar como poderíamos homenageá-lo.
Tive a ideia desta exposição, que abre amanhã.
Inspirada numa exposição que vi do Marighella no mesmo lugar, o MEMORIAL DA RESISTÊNCIA, museu que funciona no antigo prédio do DOPS.
Foram meses de preparo, scanners, abertura de arquivo familiar, fotos e documentos que nem sabíamos que estavam guardados.
Coincidentemente, corríamos paralelo ao livro sobre o meu pai, que o Jason Terson finalizava, SEGREDO DE ESTADO.
A abertura é amanhã às 11h e fica até julho.
Com lançamento do livro.
Todos convidados.
Minha missão, desde os 11 anos, foi denunciar, lutar, participar de movimentos civis contra a ditadura, ajudar, dar informações e, depois, usar um pouco da fama de escritor para denunciar e lutar.
Mas a arma mais barulhenta que tive nas mãos foi escrever.
Como este texto:
Caros generais, almirantes e brigadeiros
Ei ia dizer “caros milicos”. Não sei se é um termo ofensivo. Estigmatizado é. Preciso enumerar as razões?
Parte da sociedade civil quer rever a Lei da Anistia. Sugeriram a Comissão da Verdade, no desastroso Programa Nacional de Direitos Humanos, que Lula assinou sem ler. Vocês ameaçaram abandonar o governo, caso fosse aprovado.
Na Argentina, Espanha, Portugal, Chile, a anistia a militares envolvidos em crimes contra a humanidade foi revista. Há interesse para uma democracia em purificar o passado.
Aqui, teimam em não abrir mão do perdão. E têm aliados fortes, como o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que apesar de civil apareceu num patético uniforme de combate na volta do Haiti. Parecia um clown.
Vocês pertencem a uma nova geração de generais, almirantes, tenentes-brigadeiros. Eram jovens durante a ditadura. Devem ter navegado na contracultura, dançado Raul Seixas, tropicalistas. Usaram cabelos compridos, jeans desbotados? Namoraram ouvindo bossa nova? Assistiram aos filmes do cinema novo?
Sabemos que quem mais sofreu repressão depois do Golpe de 64 foram justamente os militares. Muitos foram presos e cassados. Havia até uma organização guerrilheira, a VPR, composta só por militares contra o regime.
Por que abrigar torturadores? Por que não colocá-los num banco de réus, um Tribunal de Nuremberg? Por que não limpar a fama da corporação?
Não se comparem a eles. Não devem nada a eles, que sujaram o nome das Forças Armadas. Vocês devem seguir uma tradição que nos honra, garantiu a República, o fim da ditadura de Getúlio, depois de combater os nazistas, e que hoje lidera a campanha no Haiti.
Sei que nossa relação, que começou quando eu tinha cinco anos, foi contaminada por abusos e absurdos. Culpa da polarização ideológica da época.
Seus antecessores cassaram o meu pai, deputado federal de 34 anos, no Golpe de 64, logo no primeiro Ato Institucional. Pois ele era relator de uma CPI que investigava o dinheiro da CIA para a preparação do golpe, interrogou militares, mostrou cheques depositados em contas para financiar a campanha anticomunista. Sabiam que meu pai nem era comunista?
Ele tentou fugir de Brasília, quando cercaram a cidade. Entrou num teco-teco, decolou, mas ameaçaram derrubar o avião. Ele pousou, saltou do avião ainda em movimento e correu pelo cerrado, sob balas.
Pulou o muro da embaixada da Iugoslávia e lá ficou, meses, até receber o salvo-conduto e se exilar. Passei meu aniversário de cinco anos nessa embaixada. Festão. Achávamos que a ditadura não ia durar. Que ironia…
Da Europa, meu pai enviou uma emocionante carta aos filhos, explicando o que tinha acontecido. Chamava alguns de vocês de “gorilas”. Ri muito quando a recebi.
Ainda era 1964, a família imaginava que fosse preciso partir para o exílio e se juntar na França, quando ele entrou clandestinamente no Brasil.
Num voo para o Uruguai, que fazia escala no Rio, pediu para comprar cigarros e cruzou portas, até cair na rua, pegar um táxi e aparecer de surpresa em casa. Naquela época, o controle de passageiros era amador.
Mas veio a luta armada, os primeiros sequestros, e atuavam justamente os filhos dos amigos e seus eleitores- ele foi eleito deputado em 1962 pelos estudantes.
A barra pesou com o AI-5, a repressão caiu matando, e muitos vinham pedir abrigo, grana para fugir. Ele conhecia rotas de fuga. Tinha um aviãozinho. Fernando Gasparian, o melhor amigo dele, sabia que ambos estavam sendo seguidos e fugiu para a Inglaterra. Alertou o meu pai, que continuou no País.
Em 20 de janeiro de 1971, feriado, deu praia. Alguns de vocês invadiram a nossa casa de manhã, apontaram metralhadoras. Depois, se acalmaram.
Ficamos com eles 24 horas. Até jogamos baralho. Não pareciam assustadores. Não tive medo. Eram tensos, mas brasileiros normais.
Levaram o meu pai, minha mãe e minha irmã Eliana, de 14 anos. Ele foi torturado e morto na dependência de vocês. A minha mãe ficou presa por 13 dias, e minha irmã, um dia.
Sumiram com o corpo dele, inventaram uma farsa [a de que ele tinha fugido] e não se falou mais no assunto.
Quando, aos 17 anos, fui me alistar na sede do Segundo Exército, vivi a humilhação de todos os moleques: nos obrigaram a ficar nus e a correr pelo campo. Era inverno.
Na ficha, eu deveria preencher se o pai era vivo ou morto. Na época, varão de família era dispensado. Não havia espaço para “desaparecido”. Deixei em branco.
Levei uma dura do oficial. Não resisti: “Vocês devem saber melhor do que eu se está vivo.” Silêncio na sala. Foram consultar um superior. Voltaram sem graça, carimbaram a minha ficha, “dispensado”, e saí de lá com a alma lavada.
Então, só em 1996, depois de um decreto lei do Fernando Henrique, amigo de pôquer do meu pai, o Governo Brasileiro assumiu a responsabilidade sobre os desaparecidos e nos entregou um atestado de óbito.
Até hoje não sabemos o que aconteceu, onde o enterraram e por quê? Meu pai era contra a luta armada. Sabemos que antes de começarem a sessão de tortura, o Brigadeiro Burnier lhe disse: “Enfim, deputadozinho, vamos tirar nossas diferenças.”
Isso tudo já faz quase 40 anos. A Lei da Anistia, aprovada ainda durante a ditadura, com um Congresso engessado pelo Pacote de Abril, senadores biônicos, não eleitos pelo povo, garante o perdão aos colegas de vocês que participaram da tortura.
Qual o sentido de ter torturadores entre seus pares? Livrem-se deles. Coragem.
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/a-resistencia/
Disciplina optativa de Criminologia - filme Tropa de Elite 2
Peço inicialmente desculpas na demora da postagem.
Quero que façam um texto dissertativo-argumentativo, crítico, sobre o filme Tropa de Elite 2. Essencialmente, quero um texto de 2 a 3 laudas, apresentando suas impressões, confrontando Tropa 1. Atenção, NÃO É RESUMO DO FILME!
Abaixo, há material de subsídio. Um texto do Luiz Eduardo Soares, um do Marcos Rolim, um post do blog do Salo de Carvalho e uma entrevista do José Padilha (via Blog do Salo).
http://rolim.com.br/2006/index.php?option=com_content&task=view&id=787&Itemid=3
http://antiblogdecriminologia.blogspot.com/2010/10/tropa-de-elite.html
http://antiblogdecriminologia.blogspot.com/2010/10/tropa-de-elite-2-no-lobotomia.html
http://luizeduardosoares.blogspot.com/2011/03/elite-da-tropa-2-projeto-literario-e.html
Não hesitem em contatar, ante qualquer dúvida.
Bruno
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domingo, 13 de março de 2011
Bar ruim é lindo, bicho
Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de cento e cinqüenta anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de cento e cinqüenta anos, mas tudo bem.)
No bar ruim que ando freqüentando ultimamente o proletariado atende por Betão – é o garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas, acreditando resolver aí quinhentos anos de história.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar “amigos” do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.
– Ô Betão, traz mais uma pra a gente – eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte dessa coisa linda que é o Brasil.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte dessa coisa linda que é o Brasil, por isso vamos a bares ruins, que têm mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gâteau e não tem frango à passarinho ou carne-de-sol com macaxeira, que são os pratos tradicionais da nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gâteau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, gostamos do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne-de-sol, uma lágrima imediatamente desponta em nossos olhos, meio de canto, meio escondida. Quando um de nós, meio intelectual, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectuais, meio de esquerda, freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim.
O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e, um belo dia, a gente chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e, principalmente, universitárias mais ou menos gostosas. Aí a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevette e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.
Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantêm o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam cinqüenta por cento o preço de tudo. (Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato). Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se dão mal, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão Brasil, tão raiz.
Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda em nosso país. A cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelos Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gâteau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda que, como eu, por questões ideológicas, preferem frango à passarinho e carne-de-sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca, mas é como se diz lá no Nordeste, e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o Nordeste é muito mais autêntico que o Sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é bem mais assim Câmara Cascudo, saca?).
– Ô Betão, vê uma cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?
terça-feira, 1 de março de 2011
Presente Momesco aos alunos de Criminologia
Os textos estão todos verificados, com links funcionando.
Aos que não conseguiram: o link vai levá-los até a página do 4shared, onde devem clicar em "Download Now"
Como eu imagino que se eu postar o livro todos vocês não vão ler, prestei-me a fazer de dois em dois capítulos, para não haver desculpas.
Se lerem cada 2 capítulos em 2 dias vencerão, com folga, a tarefa de lê-los até o dia 15 de março.
Ainda sobrará tempo para uma ou duas noites de Carnaval. Sem excessos, logicamente.
P.S. Não recomendo irem na aula sem tê-los lido.
Howard Becker - Outsiders - Versão em português
http://www.4shared.com/document/8bQzdTpj/Becker_-_Cap_I_e_II.html
http://www.4shared.com/document/8AFinARB/Becker_-_Cap_III_e_IV.html
http://www.4shared.com/document/VtIJSosJ/Becker_-_Cap_V_e_VI.html
http://www.4shared.com/document/JUwVzlLU/Becker_-_Cap_VII_e_VIII.html
http://www.4shared.com/document/B_IsO-DI/Becker_-_Cap_IX_e_X.html
Howard Becker - Los Extraños - Versão em espanhol
http://www.4shared.com/document/iWl2J0gb/Becker_-_Los_Extraos_01.html
http://www.4shared.com/document/ufnz1KVf/Becker_-_Los_Extraos_02.html
Salo de Carvalho - Ferida Narcísica do Direito Penal
http://www.4shared.com/document/jaTm1BU1/FeridaNarcisica-Salo.html